O cortisol, conhecido como o “hormônio do estresse”, normalmente é associado de uma forma negativa à resposta do nosso corpo em situações de tensão. 

Ao contrário do que muitos acreditam, ele não é o hormônio responsável por nos deixar mais ansiosos e estressados, mas sim, por preparar o organismo para reagir em situações de perigo. 

No entanto, um desequilíbrio no nível do hormônio pode prejudicar a nossa saúde física e mental.

Só para exemplificar, um estudo feito pelo Imperial College London e publicado na revista científica The Lancet Diabetes & Endocrinology, mostrou que indivíduos com altos níveis de cortisol têm um maior risco de mortalidade ao contrair a Covid-19, o que pode indicar uma relação entre a sensação e a doença.

Por isso, a importância de falarmos sobre o tema. Nesse texto, vamos conhecer mais sobre o cortisol por meio dos seguintes tópicos:

  • O que é cortisol?
  • Por que ele é conhecido como hormônio do estresse?
  • Como medir os níveis do hormônio?
  • O que acontece se o cortisol estiver alto?
  • Como tratar o cortisol alto
  • O que acontece se o cortisol estiver baixo?
  • Como tratar o cortisol baixo
  • Fadiga adrenal e o hormônio do estresse
  • Como a Farmácia de Manipulação pode te ajudar?

O que é cortisol?

Em suma, o cortisol é um dos hormônios esteróides. Ele é produzido nas glândulas suprarrenais, ou adrenais, e transportado pelo sistema circulatório.

Os hormônios esteróides são uma categoria de hormônios sintetizados naturalmente a partir do colesterol. Coletivamente, eles desempenham uma ampla gama de funções no corpo.

Além disso, a maioria das células do corpo possui receptores de cortisol, fazendo com que ele seja responsável por diversas funcionalidades do corpo, como:

  • ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue;
  • aumentar a energia para lidar com o estresse e, em seguida, restaurar o equilíbrio;
  • regular o metabolismo;
  • reduzir a inflamação;
  • auxiliar na formulação da memória;
  • controlar a pressão arterial.

Aliás, o hormônio cortisol também apoia o desenvolvimento do feto durante a gravidez.

Apesar de ser conhecido como o “hormônio do estresse”, ele é crucial para a nossa plena saúde e bem-estar.

 

Por que o cortisol é conhecido como hormônio do estresse?

O cortisol é conhecido como hormônio do estresse porque ele prepara o nosso corpo para “fugir ou lutar” em situações de extrema tensão.

Em nosso cérebro, temos um processador emocional chamado Amígdala, que, inicialmente, enviará um “sinal” para o hipotálamo ao perceber uma crise.

Por sua vez, o hipotálamo “sente” o equilíbrio do corpo e, assim, libera a secreção do cortisol em maior quantidade na corrente sanguínea para alterar as funções do organismo.

Só para exemplificar, em conjunto com a adrenalina, ele é responsável por fazer o coração bater mais rápido em situações de perigo, deixando o corpo mais atento.

Na medida em que o estresse é considerado o mal do século 21, os altos níveis de cortisol podem ter efeitos negativos sobre à saúde. 

Por isso, é importante medir os níveis do hormônio em nosso corpo constantemente. 

 

Como medir os níveis do hormônio?

Como o cortisol é liberado direto em nossa corrente sanguínea, os exames de sangue são a forma mais comum de medir os níveis do hormônio.

No entanto, também é possível identificar os níveis do hormônio por meio de exame de urina e saliva. 

Vale dizer que os níveis de cortisol no sangue variam durante o dia, porque estão relacionados com a sensação de prazer e de bem-estar quando acordamos e realizamos uma atividade física, por exemplo.

Por isso, os exames podem ser solicitados em diferentes horários, de acordo com a indicação do médico. Normalmente, os exames são realizados na parte da manhã ou no fim da tarde, quando os níveis de cortisol estão mais elevados.

Dessa forma, os valores do hormônio são apresentados em microgramas e as referências de base são as seguintes: 

  • Manhã: 5 a 23 mcg/dL;
  • Final do dia: 3 a 16 mcg/dL.

Se seus níveis estiverem muito altos ou muito baixos, o recomendado é procurar um endocrinologista para identificar as causas e indicar os melhores tratamentos de acordo com a sua necessidade. 

O que acontece se o cortisol estiver alto? 

O uso de remédios corticoides por um período maior do que 15 dias é a causa mais comum dos altos níveis de cortisol. 

Apesar de ser conhecido como o “hormônio do estresse”, a tensão tem um pequeno impacto nos níveis de cortisol, sendo mais perceptíveis quando a pessoa está estressada por meses ou até anos.

Além disso, tumores nas glândulas pituitária ou adrenal contribuem para uma condição conhecida como síndrome de Cushing, caracterizada pelos altos níveis do hormônio no sangue.

Assim sendo, os sintomas da síndrome de Cushing são idênticos aos altos níveis de cortisol, que incluem: 

  • Ganho de peso
  • Pressão alta
  • Açúcar alto no sangue
  • Perda muscular e fraqueza
  • Inchaço do rosto
  • Depressão
  • Pele que machuca facilmente
  • Problemas para pensar com clareza

Ademais, o cortisol aumenta a produção dos hormônios masculinos e desregula os hormônios femininos.

Dessa forma, as mulheres com altos níveis de cortisol sofrem com alguns sintomas indesejáveis, como: excesso de pelos no rosto, períodos menstruais irregulares e queda de cabelo. 

Como tratar o cortisol alto

O primeiro passo ao identificar que você está com altos níveis do hormônio é procurar um endocrinologista para descobrir as causas e indicar os melhores tratamentos. 

Contudo, os níveis de cortisol estão ligados ao nosso bem-estar físico e emocional e, sendo assim, parte do tratamento consiste em ter uma vida mais leve e com menos estresse. 

Por isso, invista seu tempo em momentos de lazer, tenha uma alimentação saudável e pratique atividades físicas. Essas estratégias são essenciais para o bem do corpo e da mente.

Porém, se o excesso de cortisol é causado pelo uso de corticoides, é necessário conversar com o profissional de saúde para retirar os medicamentos de forma gradual. 

 

O que acontece se o cortisol estiver baixo?

Em contrapartida, se o corpo não produz a quantidade suficiente do hormônio, pode causar uma condição conhecida como insuficiência adrenal, ou doença de Addison.

Ainda que rara, a Doença de Addison é uma doença autoimune que causa danos às glândulas adrenais e que pode levar a quadros mais graves.

Os sintomas da doença de Addison incluem:

  • Fadiga severa e fraqueza
  • Perda de peso
  • Desmaio ou tontura, especialmente ao ficar de pé
  • Pressão sanguínea baixa
  • Baixo teor de açúcar no sangue
  • Pele escurecida no rosto, pescoço e costas das mãos

Como tratar o cortisol baixo

Para aumentar os níveis de cortisol é necessário uma terapia de reposição hormonal para corrigir os níveis de hormônios esteróides que seu corpo não está produzindo. 

Por isso, todos os tratamentos de doença de Addison e baixos níveis do hormônio são realizados com medicamentos e, dessa forma, deve ser acompanhado com o endocrinologista.

Geralmente, as pessoas com insuficiência adrenal precisam tomar um tipo de medicamento com hormônio esteróide, chamado glicocorticóide, para aumentar seus níveis de cortisol.

Além disso, uma dieta rica em sódio, cálcio e vitamina D ajuda a combater os sintomas. Portanto, procure apoio de um nutricionista para ter uma rotina equilibrada. 

 

Fadiga adrenal e o hormônio do estresse

Nos últimos anos, o termo “fadiga adrenal” tem sido usado na mídia – e por alguns profissionais de saúde – para descrever uma série de sintomas vagos, incluindo cansaço, dores no corpo, nervosismo e problemas digestivos e de sono. 

A ideia geral é que o estresse constante pode fazer com que as glândulas adrenais produtoras de cortisol “queimem” e parem de produzir seus hormônios importantes.

No entanto, não há evidências científicas de que exista fadiga adrenal. A ideia de que o estresse faz com que as glândulas supra-renais “queimem” e parem de produzir cortisol não é consistente com a compreensão científica de como as glândulas supra-renais funcionam.

Como explicamos ao longo do texto, o estresse aumenta a produção de cortisol e o seu excesso ao longo dos anos pode ocasionar na síndrome de Cushing.

 

Cortisol, metabolismo e ganho de peso

A regulação hormonal é um fator importante que influencia em nosso metabolismo e, consequentemente, no ganho de peso.

No entanto, não é o fator de maior importância nessa equação. Segundo explica o Dr. Sonir Antonini, endocrinologista da SBEM-SP e presidente do #COPEM2021: 

“… o estresse pode levar ao aumento de peso. Entretanto, na grande maioria dos casos, o cortisol não é o vilão desse ganho excessivo de peso, tampouco da dificuldade em perdê-lo. Além da predisposição genética, que varia de uma pessoa para outra, o estilo de vida do indivíduo é o que pode explicar essa facilidade em ganhar peso e ou a dificuldade em perdê-lo”.

Assim sendo, o melhor caminho para evitar os altos índices de cortisol é a mudança no estilo de vida, com melhora na alimentação, na qualidade do sono e nos momentos de lazer, seja na prática de uma atividade física ou em uma pausa relaxante com quem se ama.

Ao mesmo tempo, conte com a ajuda de um endocrinologista para testar os níveis hormonais e, se necessário, instruir o uso de medicamentos que controlam os níveis de cortisol.

Como a Farmácia de Manipulação pode te ajudar?

Sempre sob a orientação de um profissional de saúde, a farmácia de manipulação pode auxiliar você no preparo de uma fórmula personalizada, levando em conta as necessidades individuais do seu organismo.

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