As doações de sangue e de medula óssea são muito importantes e podem salvar vidas. Você sabia que cada doação de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas? Saiba mais sobre esse gesto de solidariedade.

Doação de sangue

Todos os anos muitas pessoas têm suas vidas salvas graças à doação de sangue. Pensando na importância do doador, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 14 de junho como o “Dia Mundial do Doador de Sangue”, com o objetivo de incentivar ainda mais pessoas a doarem.  É necessário conscientizar e criar uma cultura de doação nas pessoas, pois o sangue não tem substituto. As doações são usadas principalmente em cirurgias e procedimentos e ao longo dos anos o número de doadores tem diminuído.

É preciso criar o hábito de doar. Em 2015 eram coletadas no Brasil, cerca de 3,6 milhões de bolsas/ano, o que corresponde ao índice de 1,8% da população doando sangue. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha para aumentar este índice.

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No laboratório o processo após a doação passa pela separação de três componentes: hemácias, plasma e plaquetas.  Separa-se o concentrado de hemácias (glóbulos vermelhos), entre os componentes, o mais conhecido. As hemácias são utilizadas para pessoas com anemia, ou que sofreram acidentes ou passaram por cirurgias.

Retira-se também o concentrado de plaquetas, componente fundamental no tratamento de câncer, nas quimioterapias e nos transplantes, principalmente no transplante de medula óssea. O terceiro componente é o plasma. Embora menos utilizado atualmente, ele é fundamental para alguns problemas de coagulação.

Interessante considerar também que existe um quarto componente, o crioprecipitado, é o menos utilizado, mas não menos importante. O crioprecipitado está indicado para o tratamento da hemofilia clássica (hemofilia A) e doença de Von Willebrand.

 

Portanto, numa única doação de sangue podemos obter até quatro componentes diferentes que são utilizados em quatro situações clínicas importantes, cada um deles com uma característica própria de armazenamento e duração.

Porém, não é todo tipo sanguíneo que é adequado para todas as pessoas, cada pessoa tem um tipo sanguíneo e um fator Rh. Fator Rh é um importante antígeno presente no sangue de determinadas pessoas, cuja presença significa que a classificação será Rh+. Os indivíduos que não possuem naturalmente o tal antígeno recebem a classificação Rh-.

O Sistema ABO é essencial pois indica os quatro grupos sanguíneos existentes no ser humano: A, B, AB e O. É sabido que nos grupos sanguíneos humanos ABO, as hemácias possuem dois tipos de antígenos, que se chamam aglutinogênios, sendo eles A e B. O plasma pode ter dois anticorpos (aglutininas), sendo eles anti-A e anti-B. Veja na tabela quem pode doar pra quem:

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Como doar

Para realizar a doação a pessoa precisa levar em um banco de sangue ou posto qualificado, um documento de identificação e preencher um cadastro. Depois, é necessário fazer um teste para ver se ela está com anemia. Esse teste é simples, com um furinho no dedo já é possível determinar o hematócrito (quantidade de hemácias no volume total de sangue) e saber se está em condições de doar sangue. Às vezes, ela não está anêmica, mas o meio litro de sangue que será retirado poderá fazer-lhe falta. Em seguida, mede-se a pressão arterial, o pulso e a temperatura.

O próximo passo é uma entrevista chamada triagem clínica cuja finalidade é avaliar os antecedentes patológicos e os possíveis fatores de risco daquele candidato à doação. Essa entrevista é baseada numa portaria, da legislação que rege a doação de sangue no Brasil. Essas perguntas são feitas para proteger quem está doando e para conscientizar o doador de que a pessoa que receberá o sangue ficará  bem e não apresentará problemas.

É importante lembrar que, apesar de feita a sorologia (testes para as doenças infecciosas), existem ainda algumas doenças, como certos tipos de hepatite, para as quais não há triagem e que podem representar risco para o receptor. Há, ainda, janelas imunológicas – o teste demora algum tempo depois da infecção para ficar alterado – que precisam ser respeitadas, por menores que sejam elas.

Uma das exigências para a doação de sangue é o doador pesar pelo menos 50 kg, porque está estabelecido que se pode retirar no máximo 9ml de sangue por quilo de peso. Portanto, com 50 kg, ele pode doar uma bolsa com 450 ml de forma completamente segura para sua saúde.  Antes e depois da doação de sangue é oferecido um lanche ao doador proporcionando um bem estar ao procedimento.

 

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A doação de medula óssea

Um transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. E a importância desse tipo de doação envolve o fator que mais dificulta a realização do procedimento é a falta de doador compatível, já que as chances de o paciente encontrar um doador compatível são de 1 em cada 100 mil pessoas, em média.

Além disso, o doador ideal “irmão compatível” só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras – para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis (haploidênticos).

Para aumentar a probabilidade de êxito na localização, é fundamental manter os dados cadastrais atualizados no REDOME. É possível fazer o cadastro no mesmo local onde é feito a doação de sangue, caso haja disponibilidade de doador o centro responsável entrar em contato com o doador compatível.